Nunca fui uma pessoa de férrea vontade, com grande determinação em atingir certos objectivos. Posso até dizer que sempre levei uma vida despreocupada e com uma certa dose de laxismo no que toca à maioria dos assuntos. Nao me preocupam de sobremaneira a crise do país, os protestos das propinas ou se temos mais mortos na estrada que muitos dos nossos vizinhos juntos! Vejo atentamente as notícias, tenho opinião sobre o assunto, mas não é algo que me tire o sono. Talvez porque nunca me bateram à porta tais prolemas... Tenho dois pais que trabalham e me sustentam (que me pagam as propinas...), que me dão tudo eu possa precisar e esteja ao seu alcance. Acho que todos os pais querem ver os seus filhos felizes! Mas há coisas que eles não me podem dar, por mais que assim desejem! Os meus pais sabem qual era a prenda que mais desejava ter por este Natal! Sabem quem ela é! E também sabem que apesar de me tentar iludir, a continuo a desejar!
Tal como disse ao início, nunca fui pessoa de grande vontade. Nunca tive que lutar verdadeiramente por nada, e quando sequer o pensava em fazer, rapidamente baixava os braços, arranjando uma desculpa que me convencesse de que era melhor assim.
Até ao dia em que me vi a braços com algo que não controlava, que me dominava a mente e me obrigava a cometer toda a espécie de loucuras sem sequer ousar ripostar! Nunca pensei que tal me pudesse acontecer daquela forma! Sempre pensei que o amor era uma coisa doce e calma, que aparecia de mansinho e se instalava permanentemente. Este não! Como um furacão, mudou toda a minha concepção que tinha dele e fez-me ver o mundo de outra forma. Deu-me algo por que lutar! Melhor, deu-me alguém! Alguém que me completava em praticamente todos os aspectos!
Só que as coisas não são sempre como nas novelas ou como nas histórias para crianças... Nem sempre tudo corre como queremos. E com o tempo, a vontade de lutar foi-se desvancendo. Cada obstáculo tornou-se mais difícil de transpôr até a um ponto em que o simples desejo de algo bom deixou de ser suficiente. As desilusões começaram-se a suceder a um ritmo infernal. A minha vida tornou-se um penoso calvário de ilusões perdidas e desejos não concretizados. As conversas tornaram-se amargas e as discussões começaram a surgir.
Mas num forte amor há sempre uma réstia de esperança. Ah! A esperança! Essa insistente subversão de princípios que faz com que acreditemos em coisas em que já não acreditamos! É apenas mais uma forma de nos confortarmos e de não pensarmos que somos uns falhados! Infelizmente, não sei, eu tenho esperança! Esperança que as coisas mudem e que possa voltar a sonhar... Afinal, não foi um nosso compatriota que disse que o sonho comanda a vida?!
sexta-feira, dezembro 19, 2003
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