É Dezembro... pleno inverno na inóspita região do Instituto de Bioquímica. Um frágil ecossistema localizado em pleno coração da faculdade de medicina, habitado por estranhas criaturas que constituem uma vasta comunidade com uma hierarquia bem definida.
Os denominados alunos-de-doutoramento, Phds futuris, são a espécie mais comum neste habitat, aumentando o seu número a um ritmo impressionante. Caracterizados pela velocidade de deslocação e pelo facto de possuírem na sua maioria um apêndice vulgarmente designado por "portátil", os Phds distinguem-se dos restantes pela capacidade migratória. Após um período de maturação, deslocam-se da terra natal para outros habitats, retornando mais tarde para completarem o seu desenvolvimento. Acompanhando os Phds é frequente ver-se uma outra espécie bastante representada neste ecossitema, o estagiário (Trainees ingenuos). Pertencente a uma fase mais juvenil, o estagiário depende em muito da aprendizagem realizada junto dos restantes elementos da comunidade, se bem que por vezes se isolem um pouco desta para adquirirem sozinhos algum conhecimento. O estagiário encontra-se numa fase evolutiva que une duas espécies: o estudante-de-licenciatura (Borgas todusdias) e o Phds.
Esta fase evolutiva tem-se vindo a alterar. Localizado no mesmo intervalo que o estagiário, mas num estadio de evolução superior encontra-se o, cada vez mais raro no habitat da ciência, aluno-de-mestrado. Esta é uma espécie muito ameaçada pela escassez de recursos, sendo obrigados a recorrer às suas reservas para poderem subsistir. De nome científico, Masteris alumnii, o aluno-de-mestrado partilha o seu território com o estagiário e o aluno-de-doutoramento, disputando com ambos o acesso aos recursos do ecossistema.
Acima destas espécies na hierarquia do ecossistema encontra-se o investigador doutorado (Investigas verymuch). Espécie bastante especializada, o Investigas exerce um domínio sobre as espécies inferiores, estando cada um dos elementos do grupo responsável pelo controlo sobre certos elementos das outras espécies. Além dessas funções, existem certos elementos que adquiriram uma certa versatilidade, realizando outras funções fora do grupo, nomeadamente na iniciação do desenvolvimento de elementos de uma espécie que povoa outros territórios, a espécie Bettus medicinus.
De características notoriamente migratórias, a sub-espécie Bettus medicinus meninasdogai participa esporadicamente nas actividades das diversas espécies deste habitat.
Apesar de representada por uma reduzidíssimo número de elementos, a espécie professor-doutor (Profis doctoris) é a mais evoluída do ecossistema. Dominando sobre todas as outras graças ao seu vasto conhecimento do território, fruto de vários anos de experiência acumulada, esta espécie é respeitada dentro e fora do seu habitat, sendo por isso uma mais valia para todos os que nele residem.
É na grande diversidade de espécies e sua interacção, que se manifesta a diferença para outros habitats semelhantes. Um habitat com uma riqueza extrema que deve ser bem preservado e mantido em equilíbrio, quer por aqueles que nele residem, quer pelos que o frequentem pontualmente.
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