Todos esperamos que a passagem de ano seja como que uma miraculosa porta para a "twilight zone". De passas na mão, olhamos ansiosos para um qualquer canal de televisão, esperando os números mágicos que, quais números do totoloto, possam mudar a nossa vida de um momento para o outro. 10! 9!...3! 2! 1!!!!!!!! E num passe de mágica, todas as coisas más que ocorreram no ano transacto, todas as desilusões, todo o sofrimento, o desespero, a angústia que sentimos nos anteriores 365 (ou 66) dias, simplesmente Pufffffff! Desapareciam sem deixar rasto, ficando apenas as memórias boas.
Infelizmente isso é apenas um sonho, uma ilusão... a passagem de ano é apenas mais uma passagem de um dia para o outro, com a única diferença que muda o calendário e que no dia seguinte é feriado.
Apesar disso, desde há 2 anos para cá que as minhas passagens de ano se têm revelado verdadeiras caixinhas de surpresas! Só que têm sido caixinhas envenenadas, cheias de amargura, desespero e ressentimento, que têm convertido os dias seguintes num verdadeiro inferno.
Como recordo as passagens de ano, em casa, com os meus pais e avós... Na altura desejava estar noutros sítios quaisquer, mas cada vez mais confirmo que eram as melhores que eu tinha! O ano passado, como foi só a noite de 31 para 1, a coisa ainda se passou. Assim que chegou ao dia 1 de manhã, foi só pegar no carro, abalar para casa, almoçar o leitãozinho com a família e esquecer (tentar esquecer!) todas as merdas que se passaram nessa noite!
Mas este ano, foi demais! Foram 6 dias em que me passou de tudo pela cabeça! Até pegar no carro e vir-me embora! Mas não estava aqui a 2 passos, estava a 600km e tinha assumido a responsabilidade de transportar 2 pessoas! Como é que conseguimos ter uma passagem de ano completamente fodida por uma pessoa quando estamos incluídos num grupo de mais 7 que até são porreiras? Nunca cheguei a um ponto de desespero como na noite de ano novo. Para quem não bebe mais que uma bebidazinha de vez em quando, e mesmo assim demora a vazar o copo, a ideia de apanhar uma tosga pareceu-me a certo ponto um paraíso. Apoiava-me no célebre "beber para esquecer"! Mas não sou forte a esse ponto. O meu sentido de razão (ou será a minha inata cobardia) fez-me ver que eu ainda tinha que conduzir e que para além disso, beber não leva a nada.
Assim, só me restou suportar herculeamente, sem dar a perceber, todo o sofrimento de mais 2 dias a ver a pessoa que amo agarrada a outro rapaz, que ainda por cima já foi namorado dela (e que está na cara e na atitude dele que ainda gosta dela).
Mas o tormento ainda não acabou! Já que estou na merda, que mal faz afundar-me ainda mais? Afinal, acho que estou quase no fundo do poço, pelo que depois é sempre a subir! Sendo assim, decidi forçar uma conversa para hoje, e que pelo tom com que ela falou, vai ser muito pouco agradável para mim. Sei que posso sucumbir ao facto de gostar muito dela, mas foda-se, tenho o meu orgulho!
Não temo a conversa, temo as suas consequências! É que estou a poucos dias de começar com as aulas de mestrado e uma ruptura neste momento vai-me afectar bastante! Mas também, se aguentei uma situação destas no ano passado, também aguento este ano!
Há que ter esperança que este ano comece igual ao anterior, mas acabe diferente!
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