10 da manhã.
O sol já passa por entre os buraquinhos da persiana e bate-me suavemente na face. Acordo lentamente. Olho para o lado e continuas a dormir como um anjo. Cuidadosamente, levanto-me e saio do quarto. Tomo um duche. Torno ao quarto, onde ainda te encontras deitada, mas já acordaste. Os teus olhinhos brilhantes, ainda meio ensonados, seguem lentamente o meu movimento. Os teus longos cabelos dispersam-se pela almofada como se eles mesmos fossem uma almofada.
Abro a janela. A luz inunda o quarto. Tu levantas-te da cama, qual Vénus de Botticelli, e diriges-te para mim, abraçando-me. Beijas-me prolongadamente os lábios e depois segues para a casa de banho. Aproveitando esta oportunidade, vou para a cozinha e preparo um lauto pequeno-almoço para dois que cuidadosamente coloco no tabuleiro. Pego nele e levo-o para o quarto, pousando-o sobre a cama. Entras no quarto. Deleito-me com o teu ar de espanto quando te apercebes da surpresa. Sentas-te a meu lado. Por entre doces beijos, a comida vai desaparecendo do tabuleiro até nada mais restar.
Vestimos roupas leves e dirigimo-nos para a praia. De mãos dadas, passeamos demoradamente à beira-mar, apenas parando para observar as nuvens e as frágeis andorinhas-do-mar que povoam a costa neste ponto. A fraca brisa marinha faz ondular gentilmente os teus cabelos. Suavemente beijo-te no pescoço ao mesmo tempo que me abraças com força. Continuamos o passeio que nos leva de volta a casa conversando desprendidamente sobre a vida e o mundo que nos rodeia.
Vou tomar um duche. A certa altura tu juntas-te a mim, e fazemos amor. Saímos do duche e ternamente enxugamos o corpo um do outro. Vestimo-nos e saimos para almoçar. Paramos num pequeno restaurante junto à falesia, com uma vista fabulosa do mar. Após as entradas, ambos escolhemos peixe grelhado. Está divinal. Para sobremesa, partilhamos cumplicemente um gelado.
Partimos rumo à cidade. As ruas encontram-se semi-desertas, o que as torna muito apetecíveis para um passeio. Passeando calmamente, vamos vendo as montras na marginal. A certa altura decidimos ir ao cinema. Sem discussão, optamos os dois por uma comédia romântica. Após o filme dissertamos levemente algumas das cenas enquanto passamos por mais algumas lojas. O sol vai baixando lentamente no horizonte, ganhando uma espectacular tonalidade vermelha-viva, cor de fogo, fazendo toda a cidade parecer em chamas... No mar vêem-se barcos à vela navegando calmamente, aproveitando a última claridade do dia.
Aproxima-se a hora de jantar. Voltamos a casa. Peço-te para ires fazer algumas compras ao pequeno supermercado da esquina. Quando regressas, a casa encontra-se na penumbra. As velas colocadas sobre a mesa emitem uma luz tremelicante que te guia até à sala de jantar, onde se encontra uma mesa posta para dois. No teu lugar, encontra-se uma rosa vermelha com um bilhete. Enquanto lês o bilhete as lágrimas começam a correr suavemente pela tua face. Olhando para mim, sorris. Dizes que sim, que aceitas, e corres para mim, abraçando-me como se o amanhã não existisse mais. Lentamente seco-te as lágrimas, beijando-te em seguida a testa, depois os olhos brilhantes, ainda húmidos do choro, e finalmente os teus lábios.
Trago o jantar que cuidadosamente preparei para nós. O jantar parece passar rápido, apesar de demorar horas. Conversamos, rimos, contamos histórias da nossa vida, e inventamos outras para nosso divertimento. É assim em tudo que há de bom na vida. Parece passar muito depressa. Mas teremos o resto dos nossos dias para aproveitar o que sentimos um pelo outro.
Sentamo-nos no sofá a ouvir música. Tu aninhas-te junto a mim, como um gato buscando o calor. Abraçada a mim, adormeces, extenuada com todas as emoções que tiveste num só dia. Com extremo cuidado, pego em ti e levo-te para a cama. Deitando-me a teu lado, abraço-te e adormeço pouco depois.
8 da manhã
Acordo. O despertador toca insistentemente. Olho em redor e encontro-me no meu pequeno quartinho. Ora bolas, foi tudo um sonho. Bem, tenho que me levantar para ir trabalhar. Afinal, it’s gonna be just another perfect day!
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