Cá se passou mais uma Queima das Fitas. E tal como nos últimos anos, revelou-se uma desilusão completa. Não apenas pelo programa, pela organização ou pelos preços (os piores desde que venho a esta festa, diga-se), mas também pelo estado de espírito com que estava.
Desde que há 3 anos tive um forte ataque de uma "doença" terrível, que me tolheu o raciocínio e me deixou completamente indefeso e à sua mercê, que a minha forma de ver a Queima mudou. A duas Queimas absolutamente miseráveis, uma delas ainda piorada com uma discussão, seguiu-se uma Queima bastante mais calma, como que um pronúncio da tempestade que se seguiria.
Curado muito recentemente dessa doença, cheguei a esta Queima ainda com algumas sequelas, mas cheio de esperança de que o ambiente típico do evento, em conjunto com algumas janelas que no entretanto tinha visto abrirem-se, me servissem de terapia de substituição, ocupando o espaço que ficou vazio depois de me curar. Mas isso não aconteceu... E as músicas que se repetiram dos outros anos ecoaram por esse vazio, como que a chamar algo que o preenchesse... Senti falta da minha doença, admito-o! E também sei que me custará ver outro qualquer a padecer nas suas mãos. Mas sabia que ao separar-me dela terminei com as hipóteses de a voltar a ter...
Cheguei também à conclusão (e esta ja sei que dará para alguns comentários, mas que se lixe! Não tenho nada a provar a ninguém! E quem tiver dúvidas do que digo, que se arrisque a comprovar!) de que sou incapaz, ao contrário de inúmeros rapazes por aí, de me envolver com alguém por quem não me sinta minimamente atraído. Poderia te-lo tentado (hipóteses não me faltaram e convites muito menos), mas não consigo subverter aquele que é um dos meus princípios básicos.
Inicialmente dei por mim a pensar se tal comportamento não revelaria alguma falta de coragem. Não precisei matutar muito para ter a resposta. Não. Falta de coragem seria gostar de alguém e não ter a audácia de nos tentarmos envolver com essa pessoa, e como isso já me custou muitas oportunidades de ser feliz, prometi a mim mesmo não o repetir. Acho que é necessária uma grande dose de sangue frio, para que uma pessoa que se sente só, rejeitar embarcar em jogos de sedução com outra pessoa que declaradamente admite gostar dela. Não o farei. Já soube durante muito tempo o que é amar alguém sem se ser correspondido para querer sujeitar outra pessoa a esse tormento.
Prefiro esperar mais algum tempo, conhecer outras pessoas, conhecer melhor algumas e tentar não pensar muito no caso... Geralmente quando menos contamos é que as coisas acontecem!
sábado, maio 15, 2004
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