domingo, maio 30, 2004

Se me amas

Se me amas
Se me queres
Não procures aquilo que
Não há em mim

Se me amas
Se me queres
Não me prendas
Sempre ao pé de ti

Se me amas
Se me queres
Não faças de mim palhaço
Não quero ser um fracasso
Nas tuas mãos

Já te disse toma cuidado
Que o amor quere-se bem passado
Quando chega a submissão
Quando chega a obrigação
Há por aí muitas damas
Se me amas

Se me amas
Se me queres
Não me faças nunca
Dizer que não

Se me amas se me queres
Não faças de mim palhaço
Não quero ser um fracasso
Nas tuas mãos...

Já te disse toma cuidado
Que o amor quere-se bem passado
Quando chega a submissão
Quando chega a obrigação
Há por aí muitas damas
Se me amas.

Xutos & Pontapés

sábado, maio 15, 2004

Foi como foi

Cá se passou mais uma Queima das Fitas. E tal como nos últimos anos, revelou-se uma desilusão completa. Não apenas pelo programa, pela organização ou pelos preços (os piores desde que venho a esta festa, diga-se), mas também pelo estado de espírito com que estava.
Desde que há 3 anos tive um forte ataque de uma "doença" terrível, que me tolheu o raciocínio e me deixou completamente indefeso e à sua mercê, que a minha forma de ver a Queima mudou. A duas Queimas absolutamente miseráveis, uma delas ainda piorada com uma discussão, seguiu-se uma Queima bastante mais calma, como que um pronúncio da tempestade que se seguiria.
Curado muito recentemente dessa doença, cheguei a esta Queima ainda com algumas sequelas, mas cheio de esperança de que o ambiente típico do evento, em conjunto com algumas janelas que no entretanto tinha visto abrirem-se, me servissem de terapia de substituição, ocupando o espaço que ficou vazio depois de me curar. Mas isso não aconteceu... E as músicas que se repetiram dos outros anos ecoaram por esse vazio, como que a chamar algo que o preenchesse... Senti falta da minha doença, admito-o! E também sei que me custará ver outro qualquer a padecer nas suas mãos. Mas sabia que ao separar-me dela terminei com as hipóteses de a voltar a ter...
Cheguei também à conclusão (e esta ja sei que dará para alguns comentários, mas que se lixe! Não tenho nada a provar a ninguém! E quem tiver dúvidas do que digo, que se arrisque a comprovar!) de que sou incapaz, ao contrário de inúmeros rapazes por aí, de me envolver com alguém por quem não me sinta minimamente atraído. Poderia te-lo tentado (hipóteses não me faltaram e convites muito menos), mas não consigo subverter aquele que é um dos meus princípios básicos.
Inicialmente dei por mim a pensar se tal comportamento não revelaria alguma falta de coragem. Não precisei matutar muito para ter a resposta. Não. Falta de coragem seria gostar de alguém e não ter a audácia de nos tentarmos envolver com essa pessoa, e como isso já me custou muitas oportunidades de ser feliz, prometi a mim mesmo não o repetir. Acho que é necessária uma grande dose de sangue frio, para que uma pessoa que se sente só, rejeitar embarcar em jogos de sedução com outra pessoa que declaradamente admite gostar dela. Não o farei. Já soube durante muito tempo o que é amar alguém sem se ser correspondido para querer sujeitar outra pessoa a esse tormento.
Prefiro esperar mais algum tempo, conhecer outras pessoas, conhecer melhor algumas e tentar não pensar muito no caso... Geralmente quando menos contamos é que as coisas acontecem!