sábado, dezembro 20, 2003

O cientista, esse animal...

É Dezembro... pleno inverno na inóspita região do Instituto de Bioquímica. Um frágil ecossistema localizado em pleno coração da faculdade de medicina, habitado por estranhas criaturas que constituem uma vasta comunidade com uma hierarquia bem definida.
Os denominados alunos-de-doutoramento, Phds futuris, são a espécie mais comum neste habitat, aumentando o seu número a um ritmo impressionante. Caracterizados pela velocidade de deslocação e pelo facto de possuí­rem na sua maioria um apêndice vulgarmente designado por "portátil", os Phds distinguem-se dos restantes pela capacidade migratória. Após um perí­odo de maturação, deslocam-se da terra natal para outros habitats, retornando mais tarde para completarem o seu desenvolvimento. Acompanhando os Phds é frequente ver-se uma outra espécie bastante representada neste ecossitema, o estagiário (Trainees ingenuos). Pertencente a uma fase mais juvenil, o estagiário depende em muito da aprendizagem realizada junto dos restantes elementos da comunidade, se bem que por vezes se isolem um pouco desta para adquirirem sozinhos algum conhecimento. O estagiário encontra-se numa fase evolutiva que une duas espécies: o estudante-de-licenciatura (Borgas todusdias) e o Phds.
Esta fase evolutiva tem-se vindo a alterar. Localizado no mesmo intervalo que o estagiário, mas num estadio de evolução superior encontra-se o, cada vez mais raro no habitat da ciência, aluno-de-mestrado. Esta é uma espécie muito ameaçada pela escassez de recursos, sendo obrigados a recorrer às suas reservas para poderem subsistir. De nome científico, Masteris alumnii, o aluno-de-mestrado partilha o seu território com o estagiário e o aluno-de-doutoramento, disputando com ambos o acesso aos recursos do ecossistema.
Acima destas espécies na hierarquia do ecossistema encontra-se o investigador doutorado (Investigas verymuch). Espécie bastante especializada, o Investigas exerce um domínio sobre as espécies inferiores, estando cada um dos elementos do grupo responsável pelo controlo sobre certos elementos das outras espécies. Além dessas funções, existem certos elementos que adquiriram uma certa versatilidade, realizando outras funções fora do grupo, nomeadamente na iniciação do desenvolvimento de elementos de uma espécie que povoa outros territórios, a espécie Bettus medicinus.
De características notoriamente migratórias, a sub-espécie Bettus medicinus meninasdogai participa esporadicamente nas actividades das diversas espécies deste habitat.
Apesar de representada por uma reduzidíssimo número de elementos, a espécie professor-doutor (Profis doctoris) é a mais evoluída do ecossistema. Dominando sobre todas as outras graças ao seu vasto conhecimento do território, fruto de vários anos de experiência acumulada, esta espécie é respeitada dentro e fora do seu habitat, sendo por isso uma mais valia para todos os que nele residem.
É na grande diversidade de espécies e sua interacção, que se manifesta a diferença para outros habitats semelhantes. Um habitat com uma riqueza extrema que deve ser bem preservado e mantido em equilíbrio, quer por aqueles que nele residem, quer pelos que o frequentem pontualmente.

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Contradições

Nunca fui uma pessoa de férrea vontade, com grande determinação em atingir certos objectivos. Posso até dizer que sempre levei uma vida despreocupada e com uma certa dose de laxismo no que toca à maioria dos assuntos. Nao me preocupam de sobremaneira a crise do país, os protestos das propinas ou se temos mais mortos na estrada que muitos dos nossos vizinhos juntos! Vejo atentamente as notícias, tenho opinião sobre o assunto, mas não é algo que me tire o sono. Talvez porque nunca me bateram à porta tais prolemas... Tenho dois pais que trabalham e me sustentam (que me pagam as propinas...), que me dão tudo eu possa precisar e esteja ao seu alcance. Acho que todos os pais querem ver os seus filhos felizes! Mas há coisas que eles não me podem dar, por mais que assim desejem! Os meus pais sabem qual era a prenda que mais desejava ter por este Natal! Sabem quem ela é! E também sabem que apesar de me tentar iludir, a continuo a desejar!
Tal como disse ao início, nunca fui pessoa de grande vontade. Nunca tive que lutar verdadeiramente por nada, e quando sequer o pensava em fazer, rapidamente baixava os braços, arranjando uma desculpa que me convencesse de que era melhor assim.
Até ao dia em que me vi a braços com algo que não controlava, que me dominava a mente e me obrigava a cometer toda a espécie de loucuras sem sequer ousar ripostar! Nunca pensei que tal me pudesse acontecer daquela forma! Sempre pensei que o amor era uma coisa doce e calma, que aparecia de mansinho e se instalava permanentemente. Este não! Como um furacão, mudou toda a minha concepção que tinha dele e fez-me ver o mundo de outra forma. Deu-me algo por que lutar! Melhor, deu-me alguém! Alguém que me completava em praticamente todos os aspectos!
Só que as coisas não são sempre como nas novelas ou como nas histórias para crianças... Nem sempre tudo corre como queremos. E com o tempo, a vontade de lutar foi-se desvancendo. Cada obstáculo tornou-se mais difícil de transpôr até a um ponto em que o simples desejo de algo bom deixou de ser suficiente. As desilusões começaram-se a suceder a um ritmo infernal. A minha vida tornou-se um penoso calvário de ilusões perdidas e desejos não concretizados. As conversas tornaram-se amargas e as discussões começaram a surgir.
Mas num forte amor há sempre uma réstia de esperança. Ah! A esperança! Essa insistente subversão de princípios que faz com que acreditemos em coisas em que já não acreditamos! É apenas mais uma forma de nos confortarmos e de não pensarmos que somos uns falhados! Infelizmente, não sei, eu tenho esperança! Esperança que as coisas mudem e que possa voltar a sonhar... Afinal, não foi um nosso compatriota que disse que o sonho comanda a vida?!

quinta-feira, dezembro 18, 2003

mIRConautas

Todos nós, mais cedo ou mais tarde, ouvimos falar das tão célebres "salas de chat" (não confundir com salas de chuto)! E um dos mais famosos programas de chat é o denominado mIRC. Criado sabe-se lá com que finalidade, o mIRC tem-se vindo a tornar um ponto de encontro de gerações com diversas intenções, mais ou menos duvidosas. Da malta com a única finalidade de conversar ou gastar (= perder) um pouco de tempo, até aos que trocam, compram ou vendem diversos items, tudo por lá passa!
Mas o maior polo de atracção do mIRC são os conhecimentos. A maioria da malta, maioritariamente a masculina, na qual me incluo, anda lá para uma coisa muito simples: conhecer gajas! Há que assumi-lo frontalmente! Eu ando no mIRC para ver se conheço gajas! Já tive alturas em que quase só vivia para isso... faltava às aulas para passar manhã no IRC...
Longe vão esses tempos. Não que não continue a ir ao mIRC e a conhecer gajas! Muito pelo contrário! Mas há uma diferença entre aquela busca desenfreada de outrora e a calma selectiva de agora... Actualmente sou capaz de passar noites a escrever blogs e a falar no mIRC como estou a fazer agora, em vez de estar ali, com um papelinho, a passar tudo o que a suposta menina escrevia. Mas o fundamento que alimenta a minha busca é o mesmo... GAJAS! Invejo aqueles que vão ao mIRC apenas para falar com amigos sem terem que gastar dinheiro do telefone, ou para uma conversa desinteressada com outros sobre um qualquer tema... Metem-me dó aqueles que vão lá mas têm medo de revelar a sua identidade, como se só existisse uma Maria ou um João na terra deles. Não lhes estou a pedir o nº de BI... apenas o nome... será assim tão complicado?
Podia escrever um livro de "Como dar a volta a uma gaja no mIRC em 15 minutos". É tão simples! Mas tudo tem o seu início numa conversa estereotipada e vazia de conteúdo que todos os mIRConautas conhecem e que vou aqui reproduzir em versão bissexual, usando dados inventados na hora:
Fase I - Os dados pessoais
ele - Olá
ela - Oi!
ele - dd tc? (para os leigos, refere-se a de onde ela fala... É a abreviatura de "de onde teclas")
ela - coimbra (tal como podia dizer lisboa, porto, china ou marte) e tu?
ele - também (É sempre bom escolher gajas de lugares perto, se as queremos conhecer pessoalmente)
ainda ele - idade?
ela - 19 (cuidado! Nos dias que correm e com os problemas da pedofilia, se querem conversar com miudas abaixo dos 18, guardem os logs da conversa... podem servir para memória futura!) e tu?
ele - 22. nome? (vou condensar as respostas com as perguntas subsequentes para poupar tempo)
ela - gisela priscilla, e tu?
ele - rúben bernardo. estudas?
ela - sim. e tu?
ele - tb (também). o que estudas?
ela - engenharia aerospacial. e tu?
ele - dinâmica de fluidos (muitos estudam mesmo a dinâmica de fluidos, nomeadamente da cerveja...). tens foto?
Esta é uma pergunta decisiva para a continuação da conversa! Aqui, temos duas hipóteses... ou ela responde que tem, ao que ele pede para trocar e ela geralmente acede, não sem insistir para que ele envie 1º... ou ela diz que não tem, e aí­ ele mente e diz que também que não e passam à  fase seguinte: a descrição!
Ah! Se eles trocarem e ela for feia como um uru-khai do sr. dos anéis, geralmente a solução mais prática é fingir que a ligação caiu...
Fase II - A descrição!
Aqui é que a coisa vai depender mais de uma experiência pessoal para se ter uma ideia física da moça. As perguntas base terão que ser: cor do cabelo, cor dos olhos, peso e altura. Todos sabemos que uma gaja de 1m50 e 90kg é uma versão reduzida da Keiko (não, não é nenhuma modelo... é a orca que fazia o "Free Willy"!). Logo, se ela nos disser que tem 1,75m e 65 kg, poderemos daí deduzir que a menina até é jeitosinha, ao que não ficará assim tão despropositado fazer o elogio (elas gostam!). Agora, de há uns anos para cá, eu deixei de fazer uma coisa que me dava imenso gozo, mas que afectava de sobremaneira o rendimento das conversas. Após uma inocente "posso-te fazer uma pergunta indiscreta?", lançava a questão "Nº do soutien?". Ora, isto podia ter duas respostas, conforme a mocinha fosse púdica ou não. No 1º caso, mandavam-me logo à  fava! Mas o surpreendente é que andam (ou andavam) por aí­ muitas meninas sem esses tabús! As chamadas Grandas Malucas! E, surpresa das surpresas, a grande maioria até respondia! E todos sabemos que, quando se tenta escolher de entre várias uma rapariga que não se sabe como é de cara, ela um bom par de mamas é um excelente cartão de visita!
Fase III - O resto
Após toda esta conversa, o que queremos saber mais sobre a menina? Que nos interessam os seus gostos musicais ou cinematográficos para agora? Nada! Quando a quisermos levar a sair, convidamo-la para o filme que queremos ver ou para o bar onde gostamos de ir, e não às escolhas que ela possa fazer...
Isso é tudo palha para encher a conversa!
A seguir à descrição, há que colocar a 1ª pergunta chave: "Tens namorado?". De que nos adianta conhecer a menina se ela tem namorado? De nada! A não ser que a gaja seja boa e pensemos num aproveitamento caso o namoro fracasse! Mas fiquemo-nos pelas livres e desimpedidas! Conversa para aqui, conversa para ali, chegamos à 2ª pergunta crucial e em que vamos saber se o nosso plano deu certo: "Tens telemóvel". Aqui, podemos sempre embelezar a coisa... podemos perguntar se tem telelé, uma coisinha que vibra e apita e serve para milhentas coisas, etc...
Se ela diz que não tem ou que não quer trocar, é um Adeus e até à próxima!(se ela quiser trocar mail, depende do que tivermos achado da conversa)
Se ela quiser trocar, YES, fomos bem sucedidos! Venha a próxima!
Há que realçar que nem sempre as coisas se passam assim. É possível terem-se conversas interessantes e até dar conselhos úteis no mIRC. Até se podem fazer estudos genéticos (e falo por experiência própria porque já me pediram um!)! Mas acima de tudo há que salvaguardar uma coisa: sermos verdadeiros! Já me puseram imensas vezes a questão "ah, mas posso estar a mentir e tu não sabes! Como resolves isso?". A resposta é muito simples... Não tenho que pensar em resolver nada! Tenho que confiar e esperar que as outras pessoas sejam tão verdadeiras quanto eu! Não pretendo ser nenhum moralista! Não sou nenhum exemplo de virtude, muito pelo contrário! Apenas faço o que acho correcto! Se me quiserem enganar, paciência! Mas nesse caso, ao menos aprendam as características de um soutien!

Puta q'a pariu!!!!

Puta q'a pariu! Frase celebrizada por um humorista (?) da nossa praça, é para mim uma forma de exprimir espanto e também um pouco de desilusão e não uma ofensa às muy respeitáveis mãezinhas que as geraram. Muito commumente utilizada, ela adequa-se perfeitamente ao que eu senti no curto espaço de... quê?... 12 horas?... talvez um bocadinho mais, desde que entrei no estádio ontem até que hoje apanhei a ecovia. Anda aqui um gajo desesperado para arranjar alguém e o destino, qual passerele de um desfile de Fátima Lopes num bairro de lata, teima em me fazer passar diante das vistas gajas cada vez mais giras!
Puta que pariu a gaja que ontem estava sentada perto de mim no estádio, puta que pariu a gaja que hoje estava na paragem do autocarro e puta que pariu a boa amiga que lhe fazia companhia! Isto devia ser proibído! Gajas daquelas fazem mal a saúde de um gajo... a não ser que sejam nossas namoradas! Eu já tive a felicidade de ter uma namorada assim... daquelas que fazem parar o trânsito! Que nos deixam a desejar que o tempo passe mais depressa depois de nos despedirmos dela! Mas infelizmente tudo acabou e agora o nosso amigo Deus (chamo-lhe assim porque é a designação mais comum, mas podia-lhe chamar Manuel ou Joaquim que o efeito era o mesmo) insiste em atirar-me a estupidez que eu fiz!
(a quem possa interessar ler este blog - que não devem ser assim tantas pessoas -, vou almoçar e continuo depois!)
Foda-se! Puta que pariu às gajas que vi há pouco na cantina! E puta que pariu a todas as gajas boas que vi pelo caminho e mais as 334 que ainda devo ver hoje! Imagino igual sentimento de frustração quando penso num diabético a passar por uma loja de doces num dia em que estão a dar chocolates à borla! E Coimbra está-se cada vez mais a tornar uma lojinha apetecível! Bolas, ainda bem que não estamos no verão!
Eu sei que sou exigente na minha escolha de raparigas! Para mim não basta apenas um bom par de mamas! Uma gaja feia com um bom par de mamas é como um renault 5 com um motor ferrari...pura e simplesmente não combina uma coisa com a outra! No entanto, se a gaja tiver um palminho de cara, aí a questão das mamas já nem se põe! E o que não falta por aí são gajas com um (ou 2) palminhos de cara! Gajas que justificam o "puta q'a pariu" que possa pensar! Então se não há falta desses espécimes, porque é que eu, que até sou um rapaz bem apessoado e inteligente não posso almejar uma coisinha dessas? Porque é que tenho que pensar que só aos outros é que calha a sorte grande? É quase como dizia o do anúncio: EU QUERO UMA GAJA DESSAS SÓ PARA MIM!

quarta-feira, dezembro 17, 2003

A teoria do estássecagandismo fácil

ESTOU-ME A CAGAR PARA ISTO! É uma frase muito comum nos dias que correm (principalmente depois de proferida por um certo líder partidário!). Pode parecer feio dizer uma coisa destas, mas quem é que nunca o fez? Ou pelo menos pensou? Veja-se o exemplo dos nossos pais, a chatear-nos o juizo com merdas que não interessam ao menino Jesus, ou a martirizar-nos os ouvidos por causa das notas, quem é que não pensa logo "pois, pois... estás para aí a falar, mas a mim, entra-me por um ouvido e sai pelo outro... estou-me cagando para o que estás a dizer!" E fazemos aquela cara de anjinhos, como se estivessemos mesmo com atenção ao que eles dizem. Sim, porque se nos armamos em rebeldes, ainda é pior o sermão!
Eu podia-me estar cagando para quem lê este blog (actualmente sou o único que o lê, por isso não corro esse risco). Isso é em parte verdade. Estou-me cagando para o que, os que não me conhecem, vão ou não pensar do que aqui está escrito. Só escrevo o que penso, e como não sou daqueles gajos que não fazem certas coisas só porque parece mal para os outros, azar dos que não gostarem! Se gostarem, é bom reconhecerem que até sei escrever umas coisas! Não vou vender 10 milhões de cópias nem ganhar um prémio nobel, mas faz bem ao ego... E Deus sabe como preciso de algo que me faça bem ao ego! Mas não é daí que vem a nossa extrema felicidade!
Estar-se cagando é uma arte! É preciso saber quando e para o quê nos devemos estar cagando! Sim, porque corremos sempre o risco de nos estarmos cagando para algo importante e depois as consequências são imprevisíveis, mas geralmente bastante nefastas! Com o correr da vida, vamos sendo cada vez mais selectivos no estássecagandismo... aprendemos com os erros, é o que é!

Querem um exemplo?

Estreia hoje o Senhor dos Anéis e eu preciso arranjar companhia para ir... A merda disto é que estou mal habituado! Podia-me estar cagando e ir sozinho... mas não gosto! Ver um filme sozinho é como um gajo estar numa sala cheia de gajas boas e elas serem todas fufas. Já viram o que é, um gajo, sozinho, numa sala de cinema cheia de namorados que a cada 2 minutos de põem aos beijinhos? É deprimente! Tenho que arranjar uma gaja para ir comigo... Mas também não pode ser uma gaja qualquer! É uma merda um gajo ser muito exigente! Estamos sempre fodidos quando toca a arranjar companhia feminina para alguma coisa! É claro que posso sempre levar uma amiga... mas não é a mesma coisa! As amigas são sempre elementos inconsequentes nesta matéria! Não se pode levar uma amiga que se conhece há anos e esperar qualquer coisa mais depois do filme...! Está decidido! Vou correr o risco de usar a minha vasta lista de gajas da net! E quanto mais recentes melhor! O problema é que eu não as conheço pessoalmente... Que se lixe! Estou-me a cagar para o facto de me poder calhar um coirão daqueles que mete medo ao susto! Não posso pensar assim... Até agora tenho tido sorte, porque não a hei-de continuar a ter? Agora, características? Bem, como não posso saber se são bonitas ou feias, só me resta escolher uma que tenha alguns neurónios e um bom par de mamas! Quem sabe? Pode ser que ainda acabe por me dar bem! Afinal, eu até me posso estar cagando para muita coisa, mas...gajas? NÃÃÃ!!!!!!

terça-feira, dezembro 16, 2003

Escravidão

Somos todos escravos de alguém ou de alguma coisa. Quanto mais não seja, somos escravos de nós mesmos... Sujeitamos os nossos desejos, as nossas vontades, enfim, a nossa vida, ao caprichos de outros que, sem se aperceberem, a vão modelando de forma indelével e inconsequente. Somos escravos dos amigos, escravos dos pais, escravos dos colegas de trabalho. E não o podemos deixar de o ser! Quem não ansiava libertar-se deste mundo que tresanda a hipocrisia e cinismo? E eu sei do que falo, pois sei ser cínico e hipócrita qb! Quem sobrevive neste mundo sem isso? Não nos tentemos iludir! Está na natureza humana sermos cí­nicos e hipócritas! Devoramos, como um jovem americano obeso que devora sôfregamente um hamburger do macdonalds, as emoções e os sentimentos dos outros, tornando-os também nossos escravos.
Imaginemos que podiamos estar sozinhos numa qualquer ilha distante, com tudo o que precisamos ao nosso alcance... Continuariamos escravos. Dos outros? Não. Da nossa própria vontade! Temos a escravizante necessidade de sermos escravos de alguém e de que alguém ser nosso escravo. De termos tudo aquilo que queremos e não temos! Da nossa necessidade de partilhar com os outros os factos da nossa vida. Eu sinto-me na merda e preciso de partilhar isso! Mas com quem? Eu vivo nessa ilha de desejos frustrados e ilusões desvanecidas! Sem ninguém para me confortar nesta dor e me atenuar o sofrimento na medida em que necessito... Tenho algumas pessoas a quem posso chamar de verdadeiros amigos, daqueles que eu sei que se precisar desabafar, me vão atender o telemóvel ou levarem-me daqui para estarem comigo, enquanto eu, num chorrilho desenfreado, descorro todas as agruras da minha miserável existência. Pobres escravos! Gente que eu acorrentei a mim para que não fujam! Mas sei que esses momentos são efémeros!
Logo volto à minha solidão!
Os amigos que julgava ter para além destes? Aqueles que quando estão mal nos procuram para desabafarem todas as merdas que lhes aconteceram e nós ficamos ali, com aquela cara de "Oh que coitadinho!", mas a pensar "Foda-se que o gajo ou é parvo ou pensa que eu sou a madre teresa" e que estão sempre à espera que demos mil e um conselhos "Faz isto", "Faz aquilo", "Fizeste merda". Que importa a essas pessoas o que lhes dizemos? Vão acabar por fazer aquilo que lhes vai na tola. Quem lhes dá o direito de julgarem que sequer nos preocupamos com o que se passou? Onde estão eles quando um gajo precisa de alguma coisa? Andam todos muito ocupados!
Eu não quero ficar sozinho aqui nesta ilha! Como vim aqui parar? É uma longa história... Anos e anos de uma amarga forma de vida, de uma timidez incontrolada. Um verdadeiro bloqueio a toda e qualquer chance de relacionamento mais profundo para além daquela corriqueira escravidão a que chamamos amizade. Não me importo de ser escravo de alguém. Nunca me importei... Aliás, eu quero ser escravo de alguém! Quero uma escravidão chamada AMOR! Uma escravidão a dois! Só ela poderá fazer a ponte entre esta ilha para onde me desterrei e o mundo real! Preciso dela sob pena de me tornar um ser amorfo, completamente isolado. Preciso dela para manter o que resta da minha sanidade mental! Estou à beira da loucura e isso desespera-me ainda mais. QUERO SAIR DAQUI!

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Mais vale ficar calado e passar por parvo do que abrir a boca e confirmar essa ideia

Quando é que sabemos que amamos a pessoa errada? E que podemos fazer, depois de termos dado tanto de nós a essa relação sem futuro, para recuperarmos um pouco de dignidade? Partir para outra? Parar para pensar? É claro que podemos sempre continuar a prostituir a nossa consciência por um punhado de bons momentos...
Já me passaram pela cabeca as três coisas. Mas, qual delas será a melhor actualmente?
Vamos por partes:
1ra opção: Partir para outra. E aqui temos sempre 2 hipóteses: partir para alguém que achemos interessante, que pensemos poder substituir a outra. E todos sabemos que essa é uma tarefa hercúlea. Ficamos sempre com a sensação que a anterior era melhor nisto ou naquilo. A não ser que tenhamos uma sorte do caraças e encontremos mesmo alguem melhor, que não tenha já sido tomada de assalto pelos cromos que povoam as nossas existências. A outra hipótese é arranjar alguém de quem gostemos minimamente, mesmo que apenas como amigos, e a quem estejamos dispostos a sacrificar a nossa amizade em troca de umas quecas bem mandadas com um adeus quando encontrarmos a Tal. Sinceramente, a 1ra hipótese era boa, mas a 2da também é apetecí­vel... E todos sabemos que é mais fácil arranjar uma gaja com quem mandar umas trancadas do que alguém com quem queiramos viver o resto dos nossos dias.
2da opcao: Parar para pensar. Foda-se, eu nao sou nenhum frade. Tenho necessidade de um relacionamento minimamente afectivo com gajas para me poder sentir bem. E como a ideia de passar os dias a tocar ao bicho não me agrada (se bem que pela forma que vão as coisas...) é uma hipotese a pôr de parte.
3ra opcao: Continuar na mesma. A ideia já pareceu melhor. Mas isto foi no tempo das vacas magras, quando a minha relação (que para ela nunca passou de uma amizade... como se eu acreditasse nisso... ou se calhar era verdade e eu não queria mesmo acreditar!) ainda era algo de bom, quando ainda andavamos abraçados e aos beijos, quando ela dizia que me adorava, enfim, quando eu não pensava sequer em foder completamente tudo o que tinhamos construi­do até aí­. Mas estava destinado a ser assim... Sim, porque tal como dizia o Miguel Esteves Cardoso, "O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodido. (...) Porque é que nós fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. (...)". Nisto ele tem razão. Estava mesmo a pedir. Como é que um gajo aguenta esta palhacada tanto tempo? Se ao menos ela fosse uma gaja toda bonita e boazona com quem eu esperasse mandar uma queca, mas não. Bonita é! E muito. Agora boa? Ja conheci piores, mas tambem ja conheci muito melhores! Eu devia estar parvo... Alias, desde que a conheci, nao fiz outra coisa que nao figura de parvo! Esperem... minto... fiz tambem outras coisas, mas sempre relacionadas com isso... O tempo que perdi, o dinheiro que gastei... como os lamento agora... Foda-se! Aquela noite na queima em que deixei ir buscar a minha ex-namorada boa como o milho, que com falinhas mansas me pedia para a levar a ver os xutos. Como eu fui parvo, e bronco, e estúpido! E para quê? Para passado este tempo todo andar a aturar destas merdas...
Sinceramente não sei qual das opções me serviria melhor... Continuar como até agora? Nem pensar! Arranjar outra gaja para andar a passar a mesma merda? Nao sou parvo a esse ponto! Acho que neste momento só tenho mesmo uma solução. Em vez de procurar uma gaja de quem goste e esperar que depois ela goste de mim, vou virar o bico ao prego... arranjar uma gaja que goste de mim e esperar que seja suficientemente bonita e interessante para que eu goste dela. Sim, porque para aturar gajas, ao menos que sejam bonitas e interessantes. Ja agora, se forem boas, eu agradeço! Lá vai o gambuzino à caça... espero é encontrar alguma que ande à  caça de gambuzinos!