quinta-feira, dezembro 18, 2003

mIRConautas

Todos nós, mais cedo ou mais tarde, ouvimos falar das tão célebres "salas de chat" (não confundir com salas de chuto)! E um dos mais famosos programas de chat é o denominado mIRC. Criado sabe-se lá com que finalidade, o mIRC tem-se vindo a tornar um ponto de encontro de gerações com diversas intenções, mais ou menos duvidosas. Da malta com a única finalidade de conversar ou gastar (= perder) um pouco de tempo, até aos que trocam, compram ou vendem diversos items, tudo por lá passa!
Mas o maior polo de atracção do mIRC são os conhecimentos. A maioria da malta, maioritariamente a masculina, na qual me incluo, anda lá para uma coisa muito simples: conhecer gajas! Há que assumi-lo frontalmente! Eu ando no mIRC para ver se conheço gajas! Já tive alturas em que quase só vivia para isso... faltava às aulas para passar manhã no IRC...
Longe vão esses tempos. Não que não continue a ir ao mIRC e a conhecer gajas! Muito pelo contrário! Mas há uma diferença entre aquela busca desenfreada de outrora e a calma selectiva de agora... Actualmente sou capaz de passar noites a escrever blogs e a falar no mIRC como estou a fazer agora, em vez de estar ali, com um papelinho, a passar tudo o que a suposta menina escrevia. Mas o fundamento que alimenta a minha busca é o mesmo... GAJAS! Invejo aqueles que vão ao mIRC apenas para falar com amigos sem terem que gastar dinheiro do telefone, ou para uma conversa desinteressada com outros sobre um qualquer tema... Metem-me dó aqueles que vão lá mas têm medo de revelar a sua identidade, como se só existisse uma Maria ou um João na terra deles. Não lhes estou a pedir o nº de BI... apenas o nome... será assim tão complicado?
Podia escrever um livro de "Como dar a volta a uma gaja no mIRC em 15 minutos". É tão simples! Mas tudo tem o seu início numa conversa estereotipada e vazia de conteúdo que todos os mIRConautas conhecem e que vou aqui reproduzir em versão bissexual, usando dados inventados na hora:
Fase I - Os dados pessoais
ele - Olá
ela - Oi!
ele - dd tc? (para os leigos, refere-se a de onde ela fala... É a abreviatura de "de onde teclas")
ela - coimbra (tal como podia dizer lisboa, porto, china ou marte) e tu?
ele - também (É sempre bom escolher gajas de lugares perto, se as queremos conhecer pessoalmente)
ainda ele - idade?
ela - 19 (cuidado! Nos dias que correm e com os problemas da pedofilia, se querem conversar com miudas abaixo dos 18, guardem os logs da conversa... podem servir para memória futura!) e tu?
ele - 22. nome? (vou condensar as respostas com as perguntas subsequentes para poupar tempo)
ela - gisela priscilla, e tu?
ele - rúben bernardo. estudas?
ela - sim. e tu?
ele - tb (também). o que estudas?
ela - engenharia aerospacial. e tu?
ele - dinâmica de fluidos (muitos estudam mesmo a dinâmica de fluidos, nomeadamente da cerveja...). tens foto?
Esta é uma pergunta decisiva para a continuação da conversa! Aqui, temos duas hipóteses... ou ela responde que tem, ao que ele pede para trocar e ela geralmente acede, não sem insistir para que ele envie 1º... ou ela diz que não tem, e aí­ ele mente e diz que também que não e passam à  fase seguinte: a descrição!
Ah! Se eles trocarem e ela for feia como um uru-khai do sr. dos anéis, geralmente a solução mais prática é fingir que a ligação caiu...
Fase II - A descrição!
Aqui é que a coisa vai depender mais de uma experiência pessoal para se ter uma ideia física da moça. As perguntas base terão que ser: cor do cabelo, cor dos olhos, peso e altura. Todos sabemos que uma gaja de 1m50 e 90kg é uma versão reduzida da Keiko (não, não é nenhuma modelo... é a orca que fazia o "Free Willy"!). Logo, se ela nos disser que tem 1,75m e 65 kg, poderemos daí deduzir que a menina até é jeitosinha, ao que não ficará assim tão despropositado fazer o elogio (elas gostam!). Agora, de há uns anos para cá, eu deixei de fazer uma coisa que me dava imenso gozo, mas que afectava de sobremaneira o rendimento das conversas. Após uma inocente "posso-te fazer uma pergunta indiscreta?", lançava a questão "Nº do soutien?". Ora, isto podia ter duas respostas, conforme a mocinha fosse púdica ou não. No 1º caso, mandavam-me logo à  fava! Mas o surpreendente é que andam (ou andavam) por aí­ muitas meninas sem esses tabús! As chamadas Grandas Malucas! E, surpresa das surpresas, a grande maioria até respondia! E todos sabemos que, quando se tenta escolher de entre várias uma rapariga que não se sabe como é de cara, ela um bom par de mamas é um excelente cartão de visita!
Fase III - O resto
Após toda esta conversa, o que queremos saber mais sobre a menina? Que nos interessam os seus gostos musicais ou cinematográficos para agora? Nada! Quando a quisermos levar a sair, convidamo-la para o filme que queremos ver ou para o bar onde gostamos de ir, e não às escolhas que ela possa fazer...
Isso é tudo palha para encher a conversa!
A seguir à descrição, há que colocar a 1ª pergunta chave: "Tens namorado?". De que nos adianta conhecer a menina se ela tem namorado? De nada! A não ser que a gaja seja boa e pensemos num aproveitamento caso o namoro fracasse! Mas fiquemo-nos pelas livres e desimpedidas! Conversa para aqui, conversa para ali, chegamos à 2ª pergunta crucial e em que vamos saber se o nosso plano deu certo: "Tens telemóvel". Aqui, podemos sempre embelezar a coisa... podemos perguntar se tem telelé, uma coisinha que vibra e apita e serve para milhentas coisas, etc...
Se ela diz que não tem ou que não quer trocar, é um Adeus e até à próxima!(se ela quiser trocar mail, depende do que tivermos achado da conversa)
Se ela quiser trocar, YES, fomos bem sucedidos! Venha a próxima!
Há que realçar que nem sempre as coisas se passam assim. É possível terem-se conversas interessantes e até dar conselhos úteis no mIRC. Até se podem fazer estudos genéticos (e falo por experiência própria porque já me pediram um!)! Mas acima de tudo há que salvaguardar uma coisa: sermos verdadeiros! Já me puseram imensas vezes a questão "ah, mas posso estar a mentir e tu não sabes! Como resolves isso?". A resposta é muito simples... Não tenho que pensar em resolver nada! Tenho que confiar e esperar que as outras pessoas sejam tão verdadeiras quanto eu! Não pretendo ser nenhum moralista! Não sou nenhum exemplo de virtude, muito pelo contrário! Apenas faço o que acho correcto! Se me quiserem enganar, paciência! Mas nesse caso, ao menos aprendam as características de um soutien!

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