Aaaaaleluia!

Pois é, caros amigos...
Depois de alguns dias...aham... ou melhor...3 anos... de ausência, eis que o vosso caro gambuzino renasce das cinzas, qual fénix (embora sem o cheiro a queimado, como quando se chamuscam as penas dos frangos). Para aqueles que o julgavam morto, bem, digamos que foi mais um afastamento temporário para reflexão (basicamente não estava com pachorra ou inspiração para escrever... Entretia-me bem mais a ver alguns sites com uns filmes engraçados ou na conversa com espanholas desinibidas) e estou de volta mais fresco e fofo que o bimbo (registered trademark, creio eu) e agora em "versão" multilingue, que esta coisa de se ser imigrante tem muito que se lhe diga...
Ah querem detalhes? Pois depois de me tornar efectivamente doutor... sim, porque de drs. está o inferno cheio... e de, graças ao meu fantástico currículo andar a correr meio mundo e mais além em entrevistas para posições pós-doutorais (com comida, viagem e alojamento pagos, claro...), acabei por aceitar um belo contrato em Génova, Itália, onde já estou há quase 6 meses. E cá estou... Arranjei um colega de casa porreiro (a princípio pensei que o gajo era um bocado larilas, mas afinal ele é mesmo bom rapaz por natureza) que também é meu colega no laboratório. Génova é uma cidade bonita que nem parece ter os 600 mil habitantes que a wikipedia diz (isto sem contar com os arrabaldes), com uma quantidade imensa de coisas para ver (que ainda estão no "to do list", porque dos 22 museus a que tenho agora acesso grátis, apenas ainda visitei 1!), com a mania que o Cristóvão Colombo nasceu aqui (vê-se mesmo que estes gajos não leram o livro do José Rodrigues dos Santos...) e uma quantidade de imigrantes africanos nas ruas, que às vezes parece que a maré negra do golfo do México também chegou aqui. Quanto a condições de trabalho... mais não se pode pedir. Os colegas são excelentes (tinham um bocado a mania por a Itália ter ganho o mundial de 2006, mas isso passou-lhes depressa), os chefes idem idem aspas aspas, e em termos materiais melhor é muito difícil. Tudo do bom e do melhor, o mais hi-tech possível. Infelizmente, em 6 meses aqui, de trabalho de laboratório ainda não fiz um cazzo (ora aqui está a multilinguística...) porque ainda estou à espera de receber o material todo, o que está em vias de suceder.
Quanto a ragazze... ou como dizemos nós em bom português... gajas, a coisa não está muito famosa. Génova não parece ter sido das cidades mais abonadas nesse aspecto, e se alguém pensava que talvez se arranjasse qualquer ponto de interesse pelo laboratório, nada feito... As que são bonitas estão comprometidas, as que não estão comprometidas, ou são feias, ou não aparentam ter qualquer interesse whatsoever (e já consegui inserir portugues, italiano e inglês num só post!) em "homes". Para conhecer fora do círculo laboral também é complicado porque a maioria do pessoal é de fora e não conhece ninguém daqui.
Ora, de resto e mais... Hoje levei o pópó à oficina para trocar as pastilhas dos travões da frente (eu sei que isto não vos interessa nem um bocadinho, mas já que estou no laboratório e não tenho mais nada para fazer, agora vão-me ouvir... ler... coiso...)(ah, e o pópó é o 307 que eu trouxe de casa, numa épica odisseia solitária de 1900km). Ora "arrotei" 123€ que é por causa das coisas... até doeu! Ainda bem que faltam 4000km para trocar o óleo e 9000 para a revisão geral, senão ainda ia ter que ir para Sampierdarena fazer uma perninha à noite para pagar à oficina.
Quanto a tv italiana, é aquilo que se sabe... tudo dobrado... em italiano! Não há como escapar a não ser que se tenha tv por cabo (que eu não tenho...). Mas ao fim de uns tempos uma pessoa habitua-se, se bem que acabo por preferir sempre a versão original. Tal como nos cinemas, onde fazem sessões especiais em língua original, mas é só 1 filme por semana. O que me vai safando vão sendo os filmes que tenho em dvd e os que vou sacando. E os livros, já que entretanto acabei de ler o último do Dan Brown e posso dizer que em certa medida vai de encontro aos outros que li dele... Muito interessante durante quase todo o livro e depois um final de merda. É que só dá raiva fazer uma pessoa estar ali horas e horas a ler para depois "Ah, isto é que é a conclusão de 669 páginas?".
E creio que será tudo... duvido que estejam muito interessados nas minhas incursões pela culinária italiana ou pelas minhas aventuras na minha mini-tábua de engomar. A partir de agora volto aos posts que não têm nada a ver com os pormenores da minha vida pessoal (como se isso fosse o objectivo de um blog... ha ha ha).
Ciao... stronzi!